sábado, 26 de setembro de 2009

Me, Myself and I

É a dualidade que mora em mim que empurra esta porta sem trancas ou prumos.De novo esta inquietante agonia de se saber sobre os pés, presa ao chão como o beijo prende-se à boca, esteja a vida dissolvida nos seus direitos ou nos seus avessos.
Ser a mesma no absurdo ou na mesmice beira a loucura e é tão demasiado triste quanto mais lúcido se torna.
Antes, fugia de quase tudo.Mas fugir nunca libertou os pés nem conseguiu amainar essa atração indecente que o andar sente, inevitavelmente, pelo mais baixo de tudo.O chão sempre ali, sob os pés – praga pragmática.
A mente aos vôos – trançando aves e anjos.Desconfio que toda tríade nasce deste esquartejamento impune:os pés em mafiosas carícias sobre o chão - sangrando a rubra impotência da paixão pelo que é baixo, sujo e tão...tão comum!-e a mente livre pelos ares, suando azuis.


Por hoje, sou intermezzo sem Mascagni, processo, trajeto cheio de falhas.Fracassos que se confessam no espelho para que o tentar se reflita persistência e raça.Por ora, sou este Tentar Reflexo intentando Força.Invencionice em trânsito.E se os pés prendem-me ao chão como o beijo prende-se à boca, não se assuste se, de repente, eu inventar de beijar você com os olhos.
Você qualquer um, você alguém ninguém tanto faz, você ternura conhecida ou inusitada que mistura vermelhidão e azul-ânsias pra me pintar de púrpura.
Se a invenção der certo(ai, tem que vai!, acolha esse meu beijo como um agradecimento coroado de esperanças. Não será beijo louco, não.Eu juro!Será beijo brinde.
Um beijo verde.



Senhor, verdeje-nos, por favor.

2 comentários:

  1. Nem sei o que escrever a essa altura Déa. Qndo acho q piso no sólido, vens tu e 'PÁ', desabas ou parece-nos "desabar"... Entendo o te EU, EU e EU...Mas confesso q gostaria de entender mais...Quem sabe um dia...O 'divã' estará sempre livre pra ti.
    VOLTA!...Bjo menina LUZ!

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  2. Amo-te porque não me amo
    inteiramente. O que me falta
    é infinito
    mas tu és do bem que me falta
    o enigma onde se condensam a terra e o sol o ar as águas
    invioladas
    e tenho a boca cheia
    de música ondulação
    do teu silêncio.

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