sábado, 12 de setembro de 2009

“Pseudo-alguma coisa”

Presumo que, se uma pessoa é capaz de indicar outra como “pseudo”, é porque ela automaticamente está apta a ser um exemplar genuíno daquilo e, por isso, não suporta a existência daquele que rebaixa a categoria a que pertence.

Pseudo significa falso. Tudo aquilo que não chega a ser, por inteiro. É algo pretenso a, que aspira uma posição que ainda não alcançou e que ele crê que já possui.


Apontar o dedo e gritar infantilmente "pseudo-intelectual", "pseudo-escritor", "pseudo-qualquer coisa" é o argumento mais fácil que se dispõe para tentar desqualificar algo de modo 'elegante'. De uma maneira, ironicamente falando, polida.

Para dizermos que algo é falso, precisamos primeiro saber o que é "verdadeiro". Ou como
sua constituição atinge aquela idéia pré-concebida de que, agora sim, aleluia, ele é um representante "autêntico" daquilo.

Se você é capaz de fazê-lo, leitor, considere-se bastante invejado por mim. Se alguém tem o dom de, no alto da arrogância e do conhecimento, poder dizer o que é real e o que não é, tal ser sem dúvida merece mais atenção.
E apenas porque sou alguém muito arrogante e inconseqüente, afirmo: em essência, que não existe, todos somos pseudos. Representações de. Arremedos de profissionais, pensadores, leitores, músicos, seres humanos.
Espectros frágeis e pálidos de convenções, imposições, conceitos "puros" e inalcançáveis de algo que precisamos ser e nunca conseguimos.

Precisamos de parâmetros, bases sólidas, seguranças, conforto, dogmas, axiomas, padrões, concepções, conceitos fechados, ao mesmo tempo em que tudo explode em calor e frio, além de inúmeras outras sensações e mudanças, através de nós.

O humano vive e sempre viverá neste paradoxo 'pseudo-qualquer coisa'.

4 comentários:

  1. Se todas as opiniões e todas as aparências são verdadeiras, conclui-se necessariamente que cada uma é verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Visto que, frequentemente, surgem, entre os homens, opiniões contrárias, e cremos que se engana quem não pensa como nós, é obvio que existe e não existe ao mesmo tempo a mesma coisa. Admitindo isto, deve-se também admitir que todas as opiniões podem ser pseudo-verdades.

    Exelente!Adoro esse Blog.

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  2. Olá Igor!Bom tua visita.Legal o comentário,me fez lembrar o Herberto Sales que, sabia como ninguém transmitir os versos sob os diversos planos onde se move o homem, limitado,instado no perseverante esforço de recompor-se, fadado a sucumbir ante múltiplos e antagônicos aspectos do viver. "Leia-o", quem sabe depois eu poste algo e aí possamos tb conversar sobre ele. Abraço

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  3. Antifonte de Atenas (sofista) , formulando uma antinomia entre natureza e lei humana, proclamou a igualdade entre os bárbaros e os gregos (Helenos), sendo mesmo crível que tenha defendido a igualdade entre cidadãos e escravos, tvz tenha sido ele um grande "pseudo-mentiroso"
    Legal aqui ;)

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  4. Déca, o q é sofista? :0 (vc vai ou ñ atender o celular?)Bj

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